Este é um longo artigo sobre rodízio de veículos, dinâmica de sistemas e também opiniões próprias. Foi com muita surpresa que li a matéria do Diário Catarinense – Sistema de rodízio de carros pode ser implantado em Florianópolis | Trânsito. Não só acho uma má ideia, tenho argumentos suficientes para mostrar que implantar o rodízio de veículos como foi feito há alguns anos em São Paulo é uma medida que beneficia políticos a curto prazo mas se torna um tiro no pé da população a longo prazo. Se morasse na ilha, seria um dos primeiros a contestar a ideia. De acordo com o jornal:
Segundo o diretor de operações do Ipuf, Geovanni Antonio Reis, a medida é motivada pelo rápido aumento do número de veículos em Florianópolis. De acordo com ele, a frota atual é de 251 mil carros e, a cada mês, dois mil novos automóveis são emplacados na cidade.
E aí está o problema. A forma mais simplista de tentar solucionar um problema é atacar seu efeito ao invés de focar em suas causas. Nós, brasileiros, somos mestre nisso (me incluo nesta afirmação). É o mesmo que ficar tentando tapar os buracos da cidade ao invés de desenvolver tecnologias e legislações que previnam que buracos apareçam em primeiro lugar. Além disso, o tráfego é um sistema muito mais complexo do que apenas quantidade de carros. É formado de viagens, modos, e, principalmente, pessoas, que têm os mais variados motivos para ir do ponto A ao B.
Bela argumentação contra o rodízio! Várias cidades do mundo atacaram o problema do trânsito restringindo mais e mais o uso do transporte individual motorizado. Londres, por exemplo, criou um pedágio urbano e investiu todo o dinheiro arrecadado para construir linhas de metrô. Nova Iorque tirou o espaço dos automóveis e está construindo uma enorme rede cicloviária. Infelizmente, aqui no Brasil, ainda impera a figura inabalável do automóvel como símbolo de crescimento e desenvolvimento, sonho de consumo e status das classes B e C. Espero que outras cidades do país não sigam nosso feio exemplo paulistano. Abraços
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Colocarei no meu blog, claro q c os devidos créditos!
Esse texto merece ser divulgado!
Outra questão. O termo “transporte público” deve ser banido! Ele é privado (parecendo mais privadA!!!) E como um serviço privado, devemos cobrar qualidade, assim como cobramos ao pagar qq serviço!
Caro Gledson,
Obrigado pelos elogios e por colocar os devidos créditos. Um abraço, Edu
Faz sentido, talvez “transporte coletivo” seja o termo mais adequado, obrigado pela observação!
Bom, vale lembrar o conceito inicial do rodizio em São Paulo, ele tinha como objetivo a questão da poluição durante o inverno, para evitar um grave problema que afeta a cidade nesta época. Dentro deste conceito muitos dos efeitos “colaterais” descritos não existiriam, o problema surge quando o rodizio passa a ser adotado durante o ano todo…